quarta-feira, 3 de junho de 2009

O ENCONTRO

Há cerca de 2 meses atrás, fui passar um final de semana na cidade de Miguel Pereira, região serrana e turística do Estado do Rio de Janeiro. A casa, era uma mansão com cerca de 20 suítes, várias salas, uma cozinha principal e quatro de apoio. A casa do cachorro, projetada para seis animais é mais espaçosa que muitos apartamentos de dois quartos que conheço. A casa pertence a um amigo, chamado Lair, irmão de um colega de Seminário chamado Lênio. Não sei quantos se lembram do Lênio: ele é de Santa Catarina e foi nosso contemporâneo por um ou dois anos no SPS. Durante o curso ele teve problemas de saúde e teve que interromper para prosseguir e concluir mais tarde. Voltando para o meu final de semana na tal “casinha”, houve um momento, enquanto nos revezávamos entre as saunas (seca e a vapor), a piscina, o churrasco, o futebol e o bate papo com os amigos, em que eu exclamei: “Que vidinha mais ou menos! Será que no céu, Deus vai conseguir fazer algo melhor que isso?” Calma calvinistas! Eu sei que vai ser muito além da imaginação, mas, foi a maneira que encontrei de expressar meu sentimento de satisfação e plenitude naquele momento. O curioso é que Deus nem precisou me levar pro céu, para provar sua capacidade de fazer mais e melhor. Ele apenas me levou a Belo Horizonte para um encontro com amigos (e que amigos!). Eu achava que ia ser bom, mas estava preocupado: Será que vamos discutir com os pentecostais? Será que os pentecostais vão querer impor seus costumes? Será que a política da igreja vai nos dividir? Será que os que estão fora da IPB se mostrarão amargurados e resistentes contra os demais? Será que as mulheres vão atrapalhar? (Que pecado!). Estas e outras dúvidas pairavam nos meus pensamentos, junto com a certeza de que seria muito bom, de qualquer maneira. Meu filho Daniel, manifestou o desejo de ir e isso me preocupou também. Comentei com a Lia que ele não tinha razão nenhuma para ir, que não teria nada para ele, que ele ficaria entediado, ouvindo histórias desinteressantes para ele... mas ele foi assim mesmo. Chegamos a BH na sexta-feira cedo. O primeiro que encontramos foi o Trancoso. A seguir, o Caixeta. Mais um pouco, o Daniel. Uma viagem interminável de van nos levou ao Recanto Santo Agostinho e nos reunimos aos outros que já estavam lá: Raposo, Nahor, Celso e outros. Alguns colegas, não consegui reconhecer pelo rosto. Se passasse por eles na rua, virava a cara. Eu os reconheci pela voz. Acho que muitos não me reconheceram também: são 50 quilos a mais, muitos cabelos a menos, também estou sem barba, pra não ser confundido com Papai Noel, mas a risada, acho que não mudou. O curioso é que depois de reconhecer um colega, pelo rosto ou pela voz, a memória parecia receber um start e as lembranças voltavam com intensidade. Aquele rosto, que me pareceu estranho na primeira olhada, ganhava de novo os contornos e a esperança do rosto de menino, que estava estampado em nossa cara em 1976 e todos viam, mas que agora está em nossa alma e só nós podemos ver uns nos outros. Logo descobri que minhas inquietações eram desnecessárias. Embora os meninos dentro de nós aflorassem, lembrando casos, brincadeiras, apelidos, etc, a maturidade nos conduziu a um convívio de amor e tolerância, com muito respeito pelas diferenças. Meu filho Daniel participou de tudo com muito agrado e era sempre um dos últimos a dormir. Ganhou também um novo amigo: o Daniel (que rapaz especial) do Adelson. Não posso falar por todas as mulheres, mas a minha, além de não ter atrapalhado (que pecado!), gostou muito e quer ir no próximo. A vida moeu a todos nós (uns mais, outros menos) e nos tornou melhores, não tenho dúvidas. Senti falta dos que não foram, mas vou perdoá-los se forem no próximo. Em 2014, em São Paulo ( o Cícero já tem o lugar), Deus terá mais uma oportunidade de se superar e certamente o fará!

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